a saga dos irmãos gallagher, liam e noel, é, sem dúvida, uma das rivalidades mais icônicas e persistentes da música britânica. juntos, eles fundaram o oasis, uma banda que definiu os anos 90 com hits como “wonderwall”, “don’t look back in anger” e “champagne supernova”. mas, claro, o sucesso veio com uma dose generosa de tensão fraterna.
tretas, tretas e mais tretas
as brigas entre liam e noel não eram exatamente discretas. desde o início, os dois mantiveram uma relação caracterizada por insultos públicos, trocas de farpas afiadas e, às vezes, agressões físicas. a imprensa britânica — sempre com um apetite voraz por drama — transformou essas brigas em manchetes quase tão frequentes quanto os singles da banda no topo das paradas.
liam, o vocalista, sempre foi o irmão mais impulsivo, rebelde e, digamos, temperamental. seu carisma no palco só rivalizava com a sua habilidade para arrumar confusões fora dele. noel, por outro lado, era o compositor brilhante, mais reservado e controlador, o que, evidentemente, não ajudava a aplacar o comportamento incendiário do irmão.
o fatídico 2009
em 2009, a tensão chegou ao limite. durante uma turnê, pouco antes de um show em paris, liam teria agredido noel nos bastidores. a situação foi suficiente para que noel anunciasse sua saída do oasis, encerrando oficialmente a trajetória da banda. foi o fim de uma era e o começo de uma separação que parecia irreversível.
beady eye & noel gallagher's high flying birds
após o colapso do oasis, os irmãos seguiram caminhos separados. liam formou o beady eye, uma banda que lançou dois discos, mas que nunca alcançou o brilho do antigo grupo. noel, por sua vez, fundou a noel gallagher’s high flying birds, garantindo álbuns elogiados pela crítica e mantendo uma base de fãs fiel.
de tempos em tempos, surgiam rumores de reconciliação. liam, sempre mais vocal sobre o tema, declarava publicamente seu desejo de reunir o oasis. noel, fiel ao seu papel de irmão mais estoico, respondia com indiferença ou sarcasmo. a dinâmica entre os dois parecia um roteiro de comédia dramática: imprevisível, um tanto caótica, mas nunca entediante.
o legado do oasis, no entanto, permaneceu intocado. mesmo em meio às disputas, suas músicas continuaram a influenciar gerações e a ocupar espaços em playlists nostálgicas e contemporâneas. e, por mais desgastante que fosse o conflito entre os irmãos, ele também parecia alimentar a lenda da banda — um lembrete de que grandes criações artísticas, muitas vezes, nascem de grandes choques de personalidades.
o fatídico 2024
então, 2024 trouxe uma surpresa: o retorno do oasis. sim, os irmãos finalmente encontraram um terreno comum — ou pelo menos um acordo financeiro satisfatório, o que, honestamente, parece mais provável. para uma geração que cresceu ouvindo os sucessos da banda, é uma chance de reviver um pouco daquela magia dos anos 90.
se essa reunião será permanente ou apenas mais um capítulo tão turbulento quanto os anteriores, só o tempo dirá. mas, enquanto isso, a cena musical agradece pela oportunidade de ver os gallagher juntos novamente, pelo menos por um breve momento — ou até a próxima briga inevitável.




