era 4 de julho de 2012, feriado de independência nos estados unidos, mas lindsay lohan decidiu que essa independência não seria exatamente financeira. hospedada no lendário chateau marmont, a atriz organizou o que, para os padrões dela, era uma “modesta” festa de aniversário. convidados se espalharam pelo restaurante do jardim e, como bons hedonistas, migraram para a suíte 33 — sua base de operações temporária.
entre drinks, petiscos e um inesperado filme pay-per-view, a celebração acumulou uma conta de $2,649.60. e isso era só o começo. some o aluguel da suíte ($3,535.60, a tarifa “corporativa”, por favor), um notebook do hotel ($75.00), e o saldo final chegava a impressionantes $3,563.67. tudo convertido hoje seria o equivalente a cerca de r$ 17.737,81.
agora, antes que você se espante, lembremos: lindsay estava faturando $300,000 para interpretar elizabeth taylor em liz & dick. para ela, essa soma provavelmente parecia o equivalente ao nosso troco de pão. só havia um detalhe: lindsay achava que a produção do filme ia cobrir a farra. spoiler: não cobriu.
evidentemente, essa dívida era apenas a cereja do bolo. desde 5 de junho daquele ano, lindsay já acumulava gastos substanciais. entre serviço de quarto ($3,000), cigarros ($700), lavanderia ($600) e até carregadores de iphone ($100), o total da fatura alcançou impressionantes $46,350.04 (algo próximo de r$ 226.394,40).
quando a situação se tornou insustentável, o gerente do hotel, philip pavel, entregou uma carta polidamente devastadora: nenhum crédito adicional seria concedido, e lindsay estava oficialmente banida de todas as dependências do chateau marmont, incluindo o bar e o restaurante — onde, francamente, as melhores histórias acontecem.
a reação pública foi um tanto desconfortável. enquanto lindsay tentava digerir a humilhação, o hotel, preocupado com sua reputação entre outras celebridades, divulgou uma nota exaltando sua política de privacidade. aparentemente, o vazamento da correspondência foi obra de um membro da equipe de lindsay, o que levou a uma indignação oficial. o dono do hotel, andré balazs, que tinha uma relação próxima com lindsay e sua mãe, interveio, e o saldo foi magicamente “resolvido”.
essa história, claro, entra no hall das infâmias do chateau marmont. mas é também mais um capítulo do drama de lindsay lohan. para quem viveu os anos 2000, lindsay era um ícone: filmes de sucesso, músicas de nem tanto sucesso, uma linha de roupas e um carisma que dominava a mídia. mas, como tantas estrelas mirins, a ascensão veio acompanhada de turbulência.
criada em um ambiente caótico, lindsay já acumulava problemas antes de chegar ao marmont. aparições nos tribunais superaram os papéis nas telas, e ela se tornou persona non grata em certos círculos de hollywood. reabilitações, infrações legais e cartas nada sutis de chefes de estúdio faziam parte do pacote.
hoje, felizmente, as coisas estão bem melhores para lindsay. casada, vivendo em dubai e desfrutando de uma vida mais tranquila — pelo menos, aparentemente. redes sociais ajudam, claro. diferente dos anos 2000, quando paparazzi e tabloides eram os donos da narrativa, hoje as celebridades têm mais controle sobre suas próprias histórias.
vale lembrar que, naquela época, privacidade era um luxo inalcançável. situações como as de lindsay, britney spears e paris hilton simbolizam uma era de caça incessante, em que conflitos com paparazzi eram quase um esporte. no rastro desses episódios, discussões sobre ética no jornalismo e direitos de privacidade surgiram, mas as feridas emocionais já estavam feitas.
no fim, o chateau marmont e lindsay sobreviveram. o hotel segue como um dos endereços mais icônicos de los angeles, e lindsay encontrou uma vida que, aparentemente, não precisa ser paga com um cartão de crédito recusado. um desfecho otimista para duas lendas.



